segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar.
Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
.
Manuel Alegre

1 comentário:

Anónimo disse...

Não deixes que ninguém viva no silencio! Msmo qu não se consiga ouvir, haverão outras formas de comunicar! O mais inaudível dos sons pode ser ouvido por qualquer um basta abrir o coração; esse é o mais importante dos sons!

Parabéns pelo vosso trabalho! O vosso blog está muito bem construido!